A Professora e Coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Ichu, Valmirene Santana, participou nesta quarta-feira, 09, da atividade "Seminários Territoriais Saberes e Fazeres", promovida pelo IAT - Instituto Anísio Teixeira. (Assista).
A educadora ichuense foi a única da Região do Sisal a participar e na oportunidade apresentou a temática "A escola em sua casa: caminhos percorridos para inclusão do aluno em contexto pandêmico". Ela mostrou para os participantes como foram desenvolvidas as atividades remotas no município de Ichu durante a pandemia.
Por entender necessário dar continuidade ao fluxo do processo educativo que se constitui em diversas etapas e neste momento, embaraçado pelo contexto pandêmico por causa da Covid – 19, relata, a educadora, sua prática naquele município: ao deparar-se com este ano atípico, expõe as dificuldades de quem estava habituada a cumprir o plano de ação constante no calendário escolar que se apresentava inalterado até o dia 17 de Março, data que foram surpreendidas com o anúncio da pandemia e, consequentemente, a suspensão das atividades educacionais, obedecendo as decisões normativas da Secretaria de Educação e da Secretaria de Saúde do Estado.
A partir daquele momento, preocupados com o alcance que a educação no município poderia ter, vitimados pelo isolamento social, partiram para repensar um outro planejamento, um outro plano de ação juntamente com profissionais da área da educação daquele município. Nesse momento, começaram a pensar, como a maioria dos municípios, sugeriram fazer planejamentos para que as atividades remotas substituíssem as presenciais, na hipótese de alcançar a maior quantidade possível de alunos. Mas tiveram que rever as ações. Começaram a sensibilizar os funcionários da educação para entenderem aquele momento e colaborarem com as novas diretrizes, como relata, sugerindo “se reinventarem, se reorganizarem para poder dar sequência atividades educacionais de toda rede municipal”. Partiram, portanto, para um levantamento e identificaram que os alunos não tinham condições de participarem das atividades de forma remota, não presencial, por uma série de questões de ordem social, política e econômica.
Pensando em fazer atividades que incluíssem e não excluíssem, optaram por reproduzir os conteúdos apresentados pelos professores, materializando-os. Criaram um e-mail coletivo para que os professores enviassem atividades de seus componentes curriculares, levando sempre em consideração a carga horária de cada componente. Assim se fez, professores e professoras enviavam as atividades e a gestão escolar através de seus técnicos, as imprimiam, separavam-nas em sacos plásticos e envelopes para entrega aos educandos.
Foi necessário, de início fazer um mapeamento da cidade e em trios ou duplas saiam pelas ruas, de casa em casa, para proceder a entrega do material em todos os domicílios dos alunos e naquele momento de contato já agendavam a data de recolhimento. Mas por conta do aumento de casos de contaminação essa dinâmica precisou ser adaptada.
Atualmente, criamos um modo diferente de organização para distribuição e coleta das atividades. Para os alunos e alunas que estudam pela manhã e tarde, tem seus pais ou responsáveis orientados a comparecerem na escola em horários e dias pré-definidos para recolhimento do material. Para contemplar os alunos que estudam na zona rural, é feito um agendamento em dias específicos e como estratégia para que o alcance seja efetivo e amplo, realizam a entrega das atividades na zona rural, mas em pontos específicos de fácil acesso a todos.
Como mais um fruto dessa aproximação entre escola e alunos, analisando as devoluções das atividades, já está sendo possível, mapear as prováveis evasões. Consciente desse novo contexto, já está conduzindo naquele espaço uma proposta de acolhimento, convencimento e aproximação desses alunos que hipoteticamente seriam vítimas da evasão escolar.
Relato também, que percebe uma um avizinhamento de ideias e práticas sugeridas a quem está participando do programa de Formação Continuada Territorial do IAT, que contribuiu para o alinhamento de suas práticas e as atividades, pois tem plena convicção que a formação veio no momento certo, veio para somar, porque, segundo a educadora “a gente hoje percebe que a gente já cuidava dos nossos profissionais por causa da sensibilidade própria do profissional de educação, entretanto, a formação também chamou a nossa atenção para a questão do cuidar do outro, e contribuiu para ampliar nossa perspectiva de cuidados. Cuidamos de todos os funcionários, da equipe técnica ao apoio, do professor ao diretor, dos alunos aos pais”.
Descrever ainda que tem uma grande quantidade de alunos com deficiência, com dificuldades educacionais especiais diagnosticadas e não diagnosticadas e enquanto coordenadora pedagógica orienta os professores que adaptem as atividades, mesmo que esses alunos estejam distantes da escola nesse momento, orienta que as atividades sejam adaptadas. Trabalham na escola com projetos estruturantes e integradores, tem o maior cuidado em dar continuidade aos projetos que hoje estão na escola que atua, mesmo porque acredita que o projeto dinamiza esse processo de aproximação e inclusão, de modo que todos, sem exceção, tenham sua participação garantida nas atividades, mesmo a distância nesse momento de muitas atividades remotas. Não seria possível para elas pensarem numa escola que sucumbisse à pandemia, porque a educação é mais forte.
Redação do AL Notícias
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